O aprendizado da língua materna é um processo permanente. Porém é preciso diferenciar, um processo de aquisição da língua, e um processo de desenvolvimento da língua.
Ler e escrever pode significar o domínio da mecânica da língua escrita; ter a habilidade de decodificar a língua oral em língua escrita (escrever) e de decodificar a língua escrita em língua oral (ler).
Ler e escrever também pode significar expressão da língua escrita, que seria ler, ou expressão na língua escrita, que seria escrever. Sem dúvidas, a alfabetização é um processo de representação de fonemas em grafemas, e vice-versa, mas também é um processo de compreensão de significados por meio do código escrito.
A língua escrita, não é, de forma alguma, um registro fiel dos fonemas da língua oral. Não se escreve como se fala.
Na língua escrita, é preciso explicitar muitos significados que, na língua oral são expressos por meios não verbais. Por outro lado, na língua oral, não é possível voltar atrás, refazer o caminho, em busca da melhor compreensão. O processo de alfabetização não pode ser uma mera tradução do oral para o escrito.
Embora o debate inicial tenha um enfoque maior em relação aos dois pontos de vista apontados, há um terceiro ponto, em que a importância é igual aos dos dois primeiros. Esse terceiro ponto de vista, ao contrário dos dois primeiros, que consideram a alfabetização como um processo individual, volta-se para o seu aspecto social. O conceito de alfabetização depende de características culturais, econômicas e tecnológicas. Em resumo, uma teoria coerente da alfabetização deverá se basear em um conceito, para incluir a abordagem “mecânica” do ler/escrever, o enfoque da língua escrita, como meio de expressão/compreensão, e ainda, os determinantes sociais das funções e fins da aprendizagem da língua escrita.
O conceito de alfabetização é um conjunto de habilidades, o que caracteriza como um fenômeno de natureza multifacetado. Essas complexidades explicam por que o processo de alfabetização tem sido estudo por diferentes profissionais. Uma teoria coerente da alfabetização exigiria uma articulação e integração dos estudos e pesquisas a respeito de suas diferentes facetas.
Texto a partir do estudo de
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 7 ed. São Paulo: Contexto, 2020.
Julia Araújo
Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid)
Estudante do 5o semestre de Pedagogia - Unasp-SP
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