Foto: arquivo pessoal
Relato de Experiência
Durante o segundo semestre do ano de 2020, como
acadêmica de Pedagogia, junto com outras colegas do curso, fui desafiada e
aprovada para contribuir com o PIBID - Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência. O projeto é financiado pela CAPES - Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e estabelece uma parceria entre
escola pública e Instituição de Ensino Superior visando à capacitar alunos de
licenciatura promovendo um diálogo com a escola pública. No curso de Pedagogia
do Unasp-SP, o programa é coordenado pela professora Diane Eire Bizo. Na escola
parceira a supervisora responsável pelas orientação às licenciandas é a professora Evelyn Melo Oliveira.
A proposta do programa consiste em desenvolver projetos
de Alfabetização e Letramento que impactem e produzam resultados significativos
à turma do 1º ano do Ensino Fundamental da escola da escola pública parceira.
Os relatos apresentados nesse documento são
vividos e descritos por minha experiência própria e individual como
participante ativa e direta do processo de construção e aplicação do Projeto
PIBID. Dentro desse relatório, descreverei sobre a minha visão no decorrer das
reuniões e atividades que realizamos durante os primeiros meses de participação
no projeto.
DESENVOLVIMENTO
DO PROJETO
No ano de 2020 fomos afetados pela pandemia do
Covid-19. Isso resultou em uma grande mudança na rotina e vida de todas as
pessoas no mundo inteiro. Para evitar que o vírus se propagasse ainda mais,
nossos governadores optaram por tomar medidas drásticas; o que resultou em um Lockdown
inicial; que em português significa um “bloqueio total ou confinamento” e é
um protocolo de isolamento que geralmente impede o movimento de pessoas ou
cargas. A adesão ao período de quarentena gerou grandes transtornos no Brasil
inteiro. Inclusive, no campo da Educação, pois muitos pais, alunos e
professores precisaram se readaptar à nova realidade de estudar e ensinar em
casa.
No início do segundo semestre de 2020, fomos
contempladas com as bolsas do projeto PIBID. Porém, ao mesmo tempo, fomos
desafiadas a desenvolver o projeto de forma on-line; pelo menos até o
processo da quarentena acabar e as aulas retornarem presencialmente. Por esse
motivo, iniciamos os nossos encontros de forma remota e fomos orientados que
permaneceríamos nessa modalidade até a situação normalizar.
INÍCIO
DOS ENCONTROS
Estávamos na expectativa do início do programa
acontecer em agosto, mas com a ampliação da quarentena, as reuniões de agosto
foram canceladas e transferidas para o mês de outubro.
ANÁLISES
DO MÊS DE OUTUBRO
Nosso primeiro encontro remoto aconteceu dia 08
de outubro de 2020. Fomos de fato apresentados ao programa PIBID e recebemos as
boas-vindas dos coordenadores e organizadores do projeto. A primeira reunião,
foi TRICAMP, ou seja, os três campi do UNASP se reuniram de forma on-line
para receberem as primeiras orientações.
Nessa reunião, nos foi explicado sobre o
processo de encontros remotos devido a pandemia do Covid-19. Cada campus,
deveria se reunir (ao menos) uma vez por semana para conversarem e organizarem
as ideias para a aplicação dos projetos e subprojetos nas escolas contempladas.
Na terceira semana de outubro as alunas
bolsistas foram convidadas a participarem de uma reunião junto ao conselho de
gestão e docência da escola parceira. A pauta da reunião, era a decisão de
apoiar ou não o retorno presencial às aulas, visto que nessa época, o governo
de São Paulo havia liberado uma liminar autorizando o retorno mesmo com a
pandemia ainda em alta. Em unanimidade, os responsáveis pela unidade escolar
votaram por não retornarem presencialmente; e, continuarem com suas reuniões e
transmissões de conteúdos on-line.
Em nossa primeira reunião com as professoras coordenadora
e supervisora, conversarmos sobre as experiências da professora Evelyn (regente
1º ano) durante o processo de alfabetizar em tempos pandêmicos. Seus alunos
foram orientados a utilizarem uma plataforma on-line para acompanhamento
das atividades e explicações. Além disso, o governo do estado disponibilizou
alguns materiais físicos para auxiliar os pais e alunos nesse período de ensino
à distância.
De fato, muitos alunos apresentaram baixo
rendimento escolar; na maior parte vezes por falta de acompanhamento dos
próprios pais. Além disso, a escola está localizada em uma região periférica do
extremo sul da cidade de São Paulo; o que dificulta o acesso à internet e a
aparelhos tecnológicos. Isso gerou uma grande defasagem no aprendizado dos
alunos e no acompanhamento por parte dos pais e responsáveis.
ANÁLISES
DO MÊS DE NOVEMBRO
O mês de novembro, foi de constantes encontros
e discussões sobre o desenvolvimento do projeto ainda de forma remota. Fomos
orientadas a ler, estudar e desenvolver sínteses críticas sobre a PNA –
Política Nacional de Alfabetização, que é um documento desenvolvido e apresentado
pelo Ministério da Educação que contém informações sobre a ação de trabalhar a
alfabetização com qualidade. As análises e discussões sobre as leituras foram
feitas através de encontros semanais remotos.
Após semanas de tentativas, a professora
supervisora manteve o seu triste relato quanto a dificuldade no contato com os
pais e alunos; além disso, muitos responsáveis realizavam as atividades no
lugar dos seus filhos, o que desencadeou uma dificuldade ainda maior no
aprendizado das crianças. Com isso, se tornava praticamente impossível
identificar os avanços e o verdadeiro desenvolvimento das crianças.
Nos encontros seguintes, discorremos sobre a
contextualização da PNA e suas explicações. Compreendemos a importância das
fases do desenvolvimento infantil e principalmente do processo de aprendizagem
da leitura e da escrita.
Na última reunião do mês, tivemos a
participação da professora Pamela, que atua no 2º ano da escola parceira, nossa
escola parceira no projeto. A professora se formou em Maringá – PR no ano de
2008 e está na escola há 6 anos. A mesma já atuou na escola particular e
pública e por isso, tinha bastante experiência da diferença das duas realidades
para contar. Dentro disso, também nos contou sobre a dificuldade em sua
experiência própria de alfabetizar à distância durante a pandemia.
ANÁLISES
DO MÊS DE DEZEMBRO
Em
nossa primeira reunião do mês, apresentamos e discutimos ideias para o
desenvolvimento e aplicação do projeto que abordaria também a vertente
“Educomunicação que visa a melhoria do aprendizado comunicativo dentro e fora
da escola.
Durante
o mês de dezembro, lemos e discorremos sobre diversos artigos acerca do tema “Educomunicação”
e aprendemos que ações educomunicativas podem contribuir de forma significativa
com os processos de alfabetização e letramento.
CONCLUSÃO
A pandemia do Covid-19 trouxe grandes desafios
para o ano de 2020, principalmente na área da Educação. Transformar nossos
lares em salas de aula nos proporcionaram momentos de angústia e desespero.
Tanto para os professores quanto para os alunos. Participar do PIBID, mesmo que
em pouco tempo, causou o anseio de buscar melhorar o desempenho dos alunos que
estão passando por esse difícil modo de aprendizado, principalmente no início do
processo estudantil.
Os encontros, mesmo que de forma remota,
geraram conhecimento e desejo pela busca e pela vontade de aprender e inovar na
área da Educação. Uma das formas de inovação, é o conhecimento e
aperfeiçoamento das técnicas de Educomunicação que podem, devem e serão usadas
nessa fase de conciliação entre Alfabetização e aulas on-line.
Fernanda Figueiredo
Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid)
Estudante do 5o semestre de Pedagogia - Unasp-SP
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