UNASP - O Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-SP), situa-se na Estrada Itapecerica 5859, no bairro Capão Redondo na cidade de São Paulo. Pela sua localização, atende uma grande diversidade cultural, econômica e social.
quarta-feira, 31 de março de 2021
Onde estão localizadas a Instituição de Ensino Superior (IES) Unasp-SP e a escola parceira
Oficina: Alfabetização e Jogos de alfabetização
Foi realizada
uma capacitação no dia 07 de março de 2021, domingo, às 09h30min sobre Alfabetização
e Jogos de alfabetização.
A convidada para a capacitação a professora Dayse, que iniciou sua fala com o relato de um projeto realizado em uma escola com crianças de 5 ano que não sabiam ler e escrever. Foi procurado saber se as crianças tinham algum transtorno ou doença que afetasse o seu aprendizado, sendo diagnosticadas poucas crianças. Através da conversa com alguns alunos foi percebido a pressão, muitas vezes no próprio círculo familiar, que a criança sofre por estar em mais um ano na escola sem saber ler ou escrever.
Em seguida, foi realizada uma avaliação
diagnóstica com as crianças e foi destacado a importância de não catalogar a
criança de primeiro ano, logo do inicio do ano letivo, com alguma dificuldade.
Serão categorizadas com dificuldade apenas quando estiverem mais para o final
do ano ao ser identificado que o aluno ainda não adquiriu determinada
habilidade.
Concernente a materiais sobre alfabetização,
foram sugeridos dois sites: CEALE, disponibilizado pela Universidade Federal de
Minas Gerais e o site da Universidade de Pernambuco.
Dando início aos dois tópicos principais da reunião,
foi comentado que a Política Nacional de Alfabetização (PNA) aparentemente está
mais a favor do método fônico, tendo em vista que define a alfabetização como o
ensino das habilidades de leitura e escrita.
Em sala de aula, os alfabetos que ficam pendurados
devem ter as 4 formas da letra, maiúsculas e minúsculas, em bastão e de forma
cursiva. Essas letras precisam ser trabalhadas de forma a mostras as diferenças
entre letras e fonemas, pois temos mais fonemas do que letras, já que por
exemplo a letra “e” possui dois fonemas. Além disso, as letras não devem ser
trabalhadas isoladamente para não correr o risco de voltar aos métodos por
exemplo da cartilha, devendo ser trabalhadas com imagens, palavras, sons.
Vale ressaltar que fonema é o som
transformado em escrita e grafema é a escrita transformada em som. Primeiro
passo da leitura é uma decodificação, na escrita é a codificação e
posteriormente ocorre a automatização destes processos.
Ao ensinar
sílabas e pegar o nome da criança ocorre o letramento, por estar sendo
utilizado uma palavra com sentido e significado para a criança. Seria menos
proveitoso ensinar as sílabas em sua forma convencional como ba-be-bi-bo-bu,
mas sim como a sílaba “ba” dentro da palavra balão, que foi trabalhada
anteriormente em uma música ou uma história.
Existem 4 fases de alfabetização, a saber:
pré-alfabética (uso de conexões visuais), alfabética parcial (uso parcial de
conexões letra-som), alfabética completa (uso completo de conexões
grafema-fonema) e alfabética consolidada (uso de conexões mui-letras para
sílabas, afixos).
Comentando a respeito dos jogos educativos,
foi dito pela professora Dayse que muitas vezes são eles os responsáveis por
clarear aquilo que a professora ensinou e o aluno pode ter tido alguma
dificuldade.
terça-feira, 30 de março de 2021
Relato de experiência - ano letivo 2020 (bolsista Ana Guimarães)
Foto: arquivo pessoal da bolsista
As vivências
A escola em que atuamos se
encontra em uma região periférica, onde a maioria dos alunos não dispõe de
acesso à internet. As turmas do primeiro e segundo ano do ensino fundamental,
alvo do projeto, por envolverem a etapa da alfabetização, são compostas por 30
alunos cada. A professora do primeiro ano conta com a ajuda de uma auxiliar em
sala de aula, porém, para a professora do segundo ano este auxílio não é
disponibilizado, apesar de haver entre eles um aluno autista de grau leve. Além
dos espaços como a sala de aula, a escola conta com uma sala de informática,
onde os alunos recebem aulas e têm contato com a tecnologia, porém, este espaço
fica disponível apenas no horário regular das aulas do estudante, não podendo
ser utilizado em turno oposto.
Devido ao contexto
envolvendo a crise pandêmica, todas as vivências do ano de 2020 ocorreram de
forma on-line, de forma que as bolsistas puderam se inteirar dos acontecimentos
da escola através dos relatos da professora da escola parceira e da
possibilidade de assistirem a reuniões. Todas as atividades tiveram que ser
reestruturadas e adaptadas à modalidade on-line. Porém, tendo em vista à falta
de acesso de muitos alunos e o fato de alguns não possuírem contato com a
internet em seus lares, o governo enviou pelos correios os livros didáticos
para que os alunos pudessem estudar e realizar atividades durante a pandemia.
Além disso, para auxiliar os
pais e os estudantes nas atividades que deveriam ser realizadas nos livros,
vídeos e materiais extras foram disponibilizados através da plataforma
ClassRoom semanalmente. Para evitar dificuldades no acesso ou manuseio da
plataforma foi postado um vídeo com o passo a passo para assistir as aulas, ter
acesso aos materiais e como enviar arquivos que comprovem a realização das
atividades pelos alunos.
Porém, ao serem analisados
os acessos feitos à plataforma, bem como a porcentagem de alunos que realizaram
as atividades, constatou-se que a participação foi muito baixa.
A professora contatou os
responsáveis pelo aplicativo Whatsapp, e percebeu que o maior desafio estava
sendo a falta de disponibilidade dos responsáveis para auxiliarem os alunos na
realização das atividades.A partir desses relatos concernentes as aulas,
atividades e o envolvimento dos pais, pude compreender o quanto o papel da
família na formação do aluno faz-se importante, principalmente em ocasiões onde
seu apoio e participação tornam-se fundamental, como é o caso do ensino a
distância.
Turma do primeiro ano do ensino
fundamental
Semanalmente, mais especificamente às terças-feiras pela manhã, são
realizadas reuniões entre professores e membros do corpo diretivo dos anos
iniciais do ensino fundamental. Em uma das reuniões realizadas constatou-se uma
queda na realização das atividades por parte dos alunos. Esse tópico envolvendo
o acesso dos alunos nas atividades postadas foi levantado por uma das professoras,
porém as demais professoras também partilharam da mesma preocupação e afirmaram
que compartilham da mesma realidade em suas turmas.
A professora do primeiro ano buscando compreender o motivo da queda no
percentual de acessos pelos alunos continuou enviando recados e buscando
comunicar-se com os alunos. Além disso, ao fazer o acompanhamento mais pessoal
pode constatar através de alegações dos próprios responsáveis pelos alunos que
o problema tem sido a falta de tempo para ler instruções ou recados e indisponibilidade
para realizar as atividades em conjunto com o aluno.
Outro ponto também analisado foi o fato de que a maioria dos
responsáveis respondem aos recados enviados pela escola parceira têm respondido
apenas quando lhes é conveniente - rematrículas, cestas básicas, cartão
alimentação – e poucas vezes por motivos pedagógicos.
Diante dessa realidade, torna-se de suma importância a reflexão sobre a
literacia familiar e como faz-se necessária uma conscientização maior sobre a
temática com os responsáveis pelos alunos, para que compreendam o importante
papel que desempenham e como são fundamentais nesta etapa educacional.
Corroborando com isso, temos a seguinte reflexão sobre a literacia familiar que
diz:
Uma das práticas que têm maior impacto no
futuro escolar da criança é a leitura partilhada de histórias, ou leitura em
voz alta feita pelo adulto a criança; essa prática amplia o vocabulário,
desenvolve a compreensão da linguagem oral, introduz padrões morfossintáticos,
desperta a imaginação, incute o gosto pela leitura e estreita o vínculo
familiar (CARPENTIERI, 2011 apud BRASIL, 2019).
Pensando no distanciamento que tem ocorrido entre professores e alunos, na
tentativa de minimizar os danos causados, a professora da turma gravou um vídeo
para os alunos e enviou no Whatsapp dos responsáveis a fim de fortalecer o
vínculo afetado pela pandemia.
Avaliação
Em outra reunião realizada com a etapa dos anos iniciais do ensino
fundamental foi sugerido pela coordenação uma avaliação para constar nas atas,
sendo debatido durante todo o encontro qual seria a melhor forma de avaliar os alunos.
A princípio foi sugerido que os livros enviados pelos correios aos
alunos fossem recolhidos, para que pudesse ser analisado de forma mais
eficiente quais estudantes utilizaram ou não seus materiais didáticos. Desta
forma, os professores seriam escalados para estarem presencialmente na escola
recolhendo os livros entregues pelos pais e entregando cartões comemorativos a
fim de desejar um bom restante de ano.
Diante da última probabilidade apresentada, vale destacar que os livros
a serem recolhidos seriam apenas os do primeiro semestre, tendo em vista que
após a recolha ainda haveriam atividades a serem feitas na plataforma do
ClassRoom.
Outra probabilidade para a avaliação surgiu a partir do relato da
professora do segundo ano, através deste modelo seriam realizadas ligações
individuais para cada aluno passando as instruções, lendo toda a prova e
aguardando o aluno concluí-la. Porém, diante dessa opção haveria o impasse que
oito alunos não realizariam a prova por estarem impossibilitados de serem contatados,
já que a escola só possui dados básicos e foto deles.
Por fim, a terceira alternativa seria a criação de um formulário pelo
Google Forms que perguntará quantas vezes o aluno acessou a plataforma, quantas
atividades realizou, quais teve mais dificuldade, entre outras perguntas.
Anexado a ele ficará o relatório disponibilizado pela própria plataforma com
frequência e permanência do aluno no site.
Diante de todas essas problemáticas e do prazo dado pela coordenadora
para regularização da avaliação, que foi o dia 10 de dezembro de 2020,
prevaleceu a sugestão de um formulário realizado na ferramenta Google Forms. O
prazo para a avaliação estava próximo porque a prefeitura já promoveu os alunos
para o próximo ano e era necessário avaliá-los para que tivessem certeza que os
alunos tiveram atividades e materiais da professora durante essa pandemia.
Foi então elaborado pela coordenadora responsável pela turma do primeiro
ano o formulário que foi entregue aos pais para avaliar o acesso dos alunos à
plataforma, dificuldades, entre outros pontos que serviram como forma de
avaliação, pois apesar de ter sido publicado modelos pela prefeitura de São
Paulo para nortear as escolas públicas quanto ao processo avaliativo se
limitavam a turmas a partir do terceiro ano do ensino fundamental.
Depois da reunião e da avaliação através do formulário, a professora do
primeiro ano decidiu que as avaliações das disciplinas de português e
matemática deveriam ser feitas em vídeo. As provas impressas foram
disponibilizadas e os pais buscaram na escola. Dos 30 alunos apenas 18
conseguiram realizar a prova, que ocorreu por chamada de vídeo através do
Whatsapp, de forma que a professora lia, passava as instruções e aguardava até
que o aluno concluísse a prova. A internet de alguns alunos era ruim e às vezes
a vídeo chamada ficava com qualidade baixa, então os alunos tinham que tirar
foto da prova e enviar para que a professora pudesse observar as respostas,
após o encerramento da ligação.
A partir destes modelos avaliativos e dos resultados que foram
coletados, pude compreender que na etapa da alfabetização a forma de avaliar os
alunos não se limita a números (notas). Na verdade, a avaliação nesta etapa é
realizada a fim de diagnosticar problemas que tenham sido ocorridos no
percurso, avaliar a eficácia escolar na alfabetização e contribuir para
pesquisar acadêmicas (BRASIL, 2019).
Turma do segundo ano do ensino
fundamental
A professora regente da turma em questão relatou o quão desafiador é a
etapa da alfabetização, sendo muito importante o constante aperfeiçoamento. Em
sala de aula faz uso método tradicional, método fônico, de músicas, textos,
entre outros.
Um dos pontos mais evidentes em suas aulas é a rotina, inclusive por
conta do aluno autista de grau leve que compõe a sala de aula. Em sua turma, a
professora inicia seu dia contando os números dos alunos, cantando as letras do
alfabeto (variando os estilos da música), atividades com vogais no início da
aula e o cabeçalho, criando um ambiente alfabetizador.
Referente ao cabeçalho, de início, devido à dificuldade que os alunos
possuem de copiar, a professora achou importante entregá-lo impresso, deixando
poucas informações para serem preenchidas, como por exemplo as datas. Após
alguns meses de adaptação é escrito todo o cabeçalho na lousa para as crianças
copiarem, sendo muito importante nestes momentos ler aquilo que está sendo
escrito.
Porém, devido a pandemia, as rotinas não puderam ter continuidade e da
sua turma de 30 alunos, cinco deles não tiveram possibilidade de ter contato
devido a desatualização dos dados cadastrais. Porém, com os outros alunos foi
possível fazer videochamadas através do Whatsapp envolvendo 3 a 4 alunos na
mesma ligação a fim de promover socialização e realizar uma atividade simples
como a leitura de um livro.
Avaliação
A avaliação com a turma foi realizada de forma individual, ligando para
cada aluno, passando as instruções, lendo toda a prova e aguardando o aluno
concluí-la, mas ainda assim a professora não conseguiu atingir 100% dos alunos.
Considerações finais
A partir dessas
vivências compreendi que o contato dos professores com os alunos é fundamental
para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças em fase de alfabetização e
faz-se ainda mais importante em situações pandêmicas. Também compreendi que
apenas o esforço do professor não é suficiente, sendo vital o acompanhamento e
envolvimento dos pais em todo o processo. Além disso, entendi que o PIBID
oferta a nós, licenciandos em pedagogia, a possibilidade de construir um novo
olhar em relação a educação pública, através de pesquisas, consegui compreender
melhor a relevância da práxis, da reflexão sobre a ação. A partir das
intervenções realizadas pude vivenciar experiências que aproximaram o meio
acadêmico com a realidade docente.
Outro
aprendizado que foi agregador à minha formação, diz respeito ao estudo sobre
Educomunicação, em que pude perceber o quanto ainda faz-se necessário sua
explanação e aplicação de forma integral. Antes de ingressar no PIBID não tinha
ciência do termo e nem do seu significado, agora compreendo o quanto o ensino
ainda possui raízes tradicionalistas e como é preciso investir em sua melhoria.
Ana Guimarães
Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid)
Estudante do 5o semestre de Pedagogia - Unasp-SP
Sobre o Subprojeto da Pedagogia Unasp-SP
Olá!
Para quem não conhece como é um projeto PIBID, vamos explicar aqui direitinho como é o nosso!
Estamos engajadas para colocá-lo em prática e tentando fazer as adaptações necessárias em decorrência às aulas remotas impostas por motivo da pandemia Covid 19.
Mas vamos relatando tudo aqui para vocês!!!
O subprojeto de Pedagogia do UNASP propõe-se a trabalhar com três núcleos, a saber: um na cidade de Engenheiro Coelho, outro na cidade de São Paulo e outro na cidade de Hortolândia – cada qual com suas especificidades locais; entretanto, a fundamentação epistemológica da Educomunicação conduzirá, em linhas gerais, ambos os núcleos, pois visa a “ampliar o coeficiente comunicativo das atividades educativas, no desenvolvimento das habilidades de expressão dos membros das comunidades educativas e de sua competência no manejo das tecnologias da informação e da comunicação visando a humanização das práticas educacionais e do exercício da cidadania, com perspectivas de se construir ecossistemas comunicativos abertos e democráticos, garantindo a oportunidade de expressão para toda a comunidade - seja na educação formal, aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados - seja na educação não formal, que é aquela que ocorre “no mundo da vida”, através de processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços de ações coletivas na vida cotidiana, ou seja ainda na educação informal que é aquela na qual aprendemos em nossos processos de socialização na família, no bairro, no clube, na igreja, com os amigos, etc.” (CARMO, 2011).
O que é PIBID?
O Pibid é uma ação da Política Nacional de Formação de Professores do Ministério da Educação (MEC) que visa a proporcionar aos discentes na primeira metade do curso de licenciatura uma aproximação prática com o cotidiano das escolas públicas de educação básica e com o contexto em que elas estão inseridas.
- Incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica;
- Contribuir para a valorização do magistério
- Elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação básica;
- Inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem;
- Incentivar escolas públicas de educação básica, mobilizando seus professores como conformadores dos futuros docentes e tornando-as protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério; e
- Contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos cursos de licenciatura.
Da criação do blog
Olá!
Você é bem-vindo(a) a esse espaço que foi pensado para compartilhamento de experiências das bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBID) do curso de Pedagogia do Unasp-SP.
Aqui você encontrará informações sobre a temática do nosso sub-projeto Pibid que envolve os temas de alfabetização, letramento e educomunicação.
Somos estudantes de Pedagogia e pesquisadoras nas áreas já mencionadas. Nosso desejo é compartilhar nossas memórias, nossas vivências e nossos projetos, para que de alguma forma possam contribuir para pessoas que tenham interesse em educação.
Mas se você não conhece o PIBID, ou se tem interesse em conhecer mais sobre as áreas do subprojeto, nos acompanhe aqui, será um prazer compartilhar com você as nossas experiências.
Um abraço!
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