No dia 31 de
agosto de 2021 às 18h, foi promovido pela Universidade de São Paulo (USP) um
aulão intitulado “Utilizando histórias de vida em sala de aula”, ministrado
por Lucas Lara. A proposta do
aulão foi apresentar aos participantes o projeto Museu da Pessoa, quais
ferramentas utilizam e como aplica-las em sala de aula através de exemplos
práticos, sequencias didáticas e o passo a passo utilizado. Para dar
início ao aulão, foi apresentado um vídeo contando a história de um senhor
chamado Germano Araújo, filho de escravos e que aos 70 anos se mudou da Bahia
para São Paulo em busca de emprego. Quando Germano chegou em São Paulo, não
conseguiu ingressar no mercado de trabalho e então tornou-se pedinte nas
feiras. A partir da
história de vida do seu Germano, é possível conhecer aspectos culturais do
nosso país e nos aprofundarmos na história, nas dificuldades existentes,
entre outros aspectos. Eis a importância dos relatos de vida e suas contribuições
atuais. Após este
momento introdutório, o Museu da Pessoa foi apresentado de forma mais
profunda, sendo explicado que é um museu virtual que se dedica a registrar,
preservar e disseminar histórias de vida. A missão do
projeto é valorizar cada pessoa ao tomar sua história de vida patrimônio da
humanidade e objetiva-se que o Museu seja reconhecido como um museu da
humanidade que combate a intolerância ao conectar pessoas através de suas
experiências e sentimentos. Ao todo,
existem coletadas mais de 18 mil histórias, 60 mil fotos e documentos, 2,5
milhões de visitantes no site e mais de 280 projetos de memória. Estes dados
baseiam-se desde quando o projeto foi fundado, em 1991, possuindo então um
dos maiores acervos sobre a história da vida privada no Brasil dos séculos XX
e XXI. Entre
diversas metodologias utilizadas para coleta das histórias, foi apresentada a
Tecnologia Social da Memória que é uma metodologia ativa que permite que as
pessoas e grupos façam uso de suas memórias histórias de vida no
enfrentamento de desafios coletivos, gerando impacto social a baixo custo e
larga escala. De forma
geral, a tecnologia social da memória possui conceitos, princípios e práticas
que possibilitam que pessoas e organizações se apropriem da metodologia de
registro e produção de suas próprias histórias. Segue-se então um ciclo:
Mobilizar, Planejar, Construir histórias, Organizar histórias e Socializar
histórias. Mas como
funciona o Museu da Pessoa na prática? Como as histórias são coletadas?
Respondendo a esta pergunta, o ministrante explicou que os participantes do
museu da pessoa vão nas escolas, buscam conhecer os interesses dos alunos e
aplicam metodologias com pessoas do entorno da escola que os alunos demonstraram
curiosidade em conhecer melhor. Foi destacado
ainda, que histórias podem ser contadas não apenas através de relatos, mas
através de imagens (que inclusive podem conter muito mais informações),
documentos e objetos pessoais. Finalizando o
aulão, sugeriu-se o acesso ao site do Museu da Pessoa onde há o acervo de
todas as histórias coletadas, publicações sobre metodologias, cursos em EAD e
inspirações de sequencias didáticas. |
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